Manuela Lira
1 min readMay 20, 2024

Noites de Chopin

Ao som de Chopin, ela se perde na melodia,

Mulher de versos, de sonhos e de agonia.

Com uma taça de vinho, embriagada de dor,

Sente cada nota, cada acorde, e sabor.

Em sua mente, um salão oco se revela,

Onde as sombras dançam, onde a noite se atrela.

Ela se vê ali, bailando solitária e triste,

Em busca de algo, de alguém que insiste.

Entre as brumas do salão, um espectro surge,

O fantasma de seu amado, que a mente engrandece.

Eles se encontram no centro, sob o luar prateado,

E no silêncio do salão, seu amor é renovado.

Eles dançam juntos, numa valsa sem fim,

Envolvidos pela música, pelo amor e enfim.

Ao raiar da aurora, a visão esmaece,

O fantasma se vai, e ela se faz entender.

Ele está partindo, retornando ao além,

Ela o vê desaparecer, como se fosse refém.

Mas desta vez, algo é diferente,

Ela decide segui-lo, para onde ele a conduz.

Com sua taça vazia, e o coração em desalinho,

Ela se entrega à música, ao destino, ao caminho.

Pois agora, ela sabe, onde quer que ele esteja,

Ela estará com ele, dançando em eterna sincronia.

Naquela manhã, os moradores da cidade encontraram o salão antigo em silêncio, como se estivesse esperando por algo ou alguém. E embora Helena nunca mais tenha sido vista, dizem que em certas noites claras, a melodia de Chopin ainda pode ser ouvida, e dois amantes invisíveis podem ser vistos dançando pela eternidade.