Noites de Chopin
Ao som de Chopin, ela se perde na melodia,
Mulher de versos, de sonhos e de agonia.
Com uma taça de vinho, embriagada de dor,
Sente cada nota, cada acorde, e sabor.
Em sua mente, um salão oco se revela,
Onde as sombras dançam, onde a noite se atrela.
Ela se vê ali, bailando solitária e triste,
Em busca de algo, de alguém que insiste.
Entre as brumas do salão, um espectro surge,
O fantasma de seu amado, que a mente engrandece.
Eles se encontram no centro, sob o luar prateado,
E no silêncio do salão, seu amor é renovado.
Eles dançam juntos, numa valsa sem fim,
Envolvidos pela música, pelo amor e enfim.
Ao raiar da aurora, a visão esmaece,
O fantasma se vai, e ela se faz entender.
Ele está partindo, retornando ao além,
Ela o vê desaparecer, como se fosse refém.
Mas desta vez, algo é diferente,
Ela decide segui-lo, para onde ele a conduz.
Com sua taça vazia, e o coração em desalinho,
Ela se entrega à música, ao destino, ao caminho.
Pois agora, ela sabe, onde quer que ele esteja,
Ela estará com ele, dançando em eterna sincronia.